O Orixá da Cura e da Transformação
Obaluaye em iorubá Obaluàyé é traduzido por (rei e senhor da terra), Oba (rei) aiyê (terra), Obaluaiyê, Obaluaê, Xapanã, Omolu, são alguns dos nomes como é conhecido esse Orixá africano. Os orixás Nanã (cujo emblema é o Ibiri) e seus filhos Obaluaiyê (cujo emblema é o Xaxará) e Oxumaré (cujo emblema é uma cobra) pertencem ao Panteão da Terra. Obaluaye é identificado no jogo do merindilogun pelos odu Irosun, Ossá, Êjilobon e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba obaluaye.
Dança: Sua dança o Opanijé (cuja tradução é: ele mata qualquer um e come), dança curvado para frente, como que atormentado por dores, e imitam seu sofrimento, coceiras e tremores de febre .
Emblemas: Tem como emblema o Xaxará (Sàsàrà), espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitado com búzios e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias negativas, bem como "varre" as doenças, impurezas e males sobrenaturais. Esta representação nos mostra sua ligação a terra. Na Nigéria os Owo Érindínlogun adoram Obàluáyê e usam, no punho esquerdo, uma tira de Igbosu (pano africano) onde são costurados cauris esó (búzios).
Vestimenta: A vestimenta é feita de ìko, é uma fibra de ráfia extraída do Igí-Ògòrò, a palha da costa , elemento de grande significado ritualístico, principalmente em ritos ligados a morte e o sobrenatural, sua presença indica que algo deve ficar oculto. É composta de duas partes o "Filá" e o "Azé", a primeira parte, a de cima que cobre a cabeça é uma espécie de capuz trançado de palha-da-costa, acrescido de palhas em toda sua volta, que passam da cintura, o Azé , seu asó-ìko (roupa de palha) é uma saia de palha da costa que vai até os pés em alguns casos, em outros, acima dos joelhos, por baixo desta saia vai um Xokotô, espécie de calça, também chamado "cauçulú", em que oculta o mistério da morte e do renascimento. Nesta vestimenta acompanha algumas cabaças penduradas, onde supostamente carrega seus remédios. Ao vestir-se com ìko e cauris, revela sua importância e ligação com a morte. A palha da costa é mais encontrada no norte do Brasil.
Ṣaṣara ọwọ – O Cetro de Ṣopọnnà
Wárin Warifun Ṣaṣara Ile wò Olorinjena wò “Homenagear um Rei Superior, o Ṣaṣara na casa cuida de um doente e previne as enfermidades Senhor de Ijena a cidade mítica de Ṣopọnnà”
O emblema ritualístico mais importante do Culto à Ọbalùàiyé é denominado de Ṣaṣara ọwọ. Trata-se de um atado de nervuras de folhas da palmeira; revestidos de tecidos e palha da costa; ornamentados com uma grande quantidade de búzios, ostentando opulência e as mais diversas contas; onde dentro deste acomoda-se um de seus maiores enigmas, o segredo da vida e da morte, a cura ou a proliferação das doenças, sobretudo as que alteram a temperatura corporal do enfermo.
Os feixes dentro do corpo do Ṣaṣara representam coletivamente os ancestrais, os mortos contidos na terra. Devem ser confeccionados sob os cuidados do Sumo Sacerdote do culto, denominado de Asogba, pois ele está altamente qualificado e preparado para manipular representações tão poderosas.
Tem a finalidade de controlar os Espíritos da Terra para o seu espaço sagrado, eliminar as energias negativas da comunidade, sobretudo as doenças, proporcionando a longevidade. Nele esta o segredo da vida e da morte, a cura ou a proliferação das doenças, sobretudo as que alteram a temperatura corporal do enfermo. Quando as doenças são liberadas do, este tem como desígnios divinos ou punição de uma comunidade no intuito de uma renovação de vida. Em algumas linhagens o Ṣaṣara de Ọmọlu se diferencia ao utilizado por Ọbalùàiyé do qual contém um detalhe a mais, a ponta de uma lança em sua extremidade e suas cores são características, o preto e o branco. O Ṣaṣara que não tenha sido preparado adequadamente, através das cerimônias de consagração, não passa de um simples ornamento e longe de ser um “objeto sagrado”. Podemos claramente observar belíssimas obras de artes, nas mais variadas Casas de Artigos Religiosos. Exemplares esplendidos por fora, porém “ocos de sagrado” por dentro.
Wárin WarifunSasara Ile wò Olorinjena wòWárin WarifunSasara Ile wòOlorinjena wò
“Homenagear um Rei ou Superioro Sasara na casa cuida de um doente”
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