O encanto dos Atabaques

 Atabaques que encantam!



Os atabaques são muito mais do que instrumentos musicais no candomblé.

São portais sagrados para o mundo espiritual.

Sua história se entrelaça com a própria historia da diáspora africana no Brasil, carregando consigo a força ancestral de um povo e a riqueza de uma cultura milenar.

O som produzido pelos atabaques é considerado uma linguagem sagrada, capaz de evocar os nossos deuses e estabelecer uma conexão entre o mundo material e o espiritual.

Cada toque, cada ritmo, carrega consigo um significado profundo para a ritualística perpetuar sua comunicação com o mundo espiritual.

A força vital vem dos atabaques, são canais diretos de energia e asé que são conduzidos por nossos maestros para que possamos vivenciar a manifestação dos Orisás.

Os Atabaques se constituem de tambores cilíndricos ou ligeiramente cônicos, com suas bocas cobertas de couro de boi, veado ou bode

  • Hum: O maior e mais grave dos atabaques, o rum representa o pai, o mais velho e sábio dos orixás. Seu som profundo evoca a força e a estabilidade, O maior dos três atabaques utilizado é o mais destacado, não só pelo seu tamanho, mas pelo que ele realiza. Ele é conhecido por ser o solista, contudo, sua maior função é marcar os passos de dança dos Orixás com seus repiques e floreios. A depender do toque e da nação que o envolve, pode ser tocado com as duas mãos na sua pele, ou com um só agidavi (baqueta) em uma das mãos sendo a outra usada diretamente na pele, como vemos nas nações Ketu e Jeje. Suas medidas variam, mas em média possui 110 cm de altura e boca de 15 cm de diâmetro.
  • Humpi: O atabaque médio, o rumpi, representa a mãe, a figura maternal e protetora. Seu som equilibrado conecta os demais instrumentos e os participantes do ritual, com 90 cm de altura e boca de 13 cm de diâmetro. Pode ser tocado com dois agidavi ou com as duas mãos na pele, a depender do toque e da nação que o envolve.
  • Lé: O menor e mais agudo dos atabaques, o lé representa o filho, a energia jovem e vibrante. Seu som rápido e incisivo marca os momentos de maior intensidade do ritual, com altura de 70 cm e boca de 12 cm de diâmetro. Pode ser tocado com dois agidavi ou com as duas mãos na pele, a depender do toque e da nação que o envolve.
  • Agidavi: Feito de madeira muito resistente como o araçazeiro, goiabeira e ingazeiro, o Agidavi é o termo usado para chamar as baquetas que são percutidas nos atabaques e são fundamentais nos candomblés Ketu e Jeje, representando sua principal característica, pois os atabaques são tocados com o agidavi.
  • Gán: (Agogô) Campânula de metal, instrumento idiofone tocado com uma baqueta de ferro ou de madeira. Ele remete ao tom mais agudo e tem como principal característica marcar a célula rítmica e, além de ser também é responsável por iniciar os ritmos, sendo os tambores guiados pelo seu som agudo e perceptível por todos.

No Brasil, a trilogia de tambores sagrados: Rum, Rumpi e Lé, articula a mensagem rítmica e melódica da comunicação com as divindades, fazendo-as movimentar-se nas coreografias que revelam aos olhos de todos a odisseia de Orixás, Voduns, Inquices e Caboclos, reportando-se, portanto, a história do mito, as propriedades e virtudes dos mesmos, com a mesma finalidade de repercutir mensagens que têm os Tambores Falantes na África. (Professor Jaime Sodré)


Iyalorisa Giordana Logun ede

Apetebi Obara Bogbe #ifakumbi

Ilê Asé Obi N'là Apeja

08/08/2024 

@yagiordanna

Comentários

  1. Parabéns Ya, conteúdo consistente e autoexplicativo.

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    1. Gratidao davi... Gosto muito de contribuir para o conhecimento de todos!

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